Massimo Forte – Visão | Imobiliário
Este início de ano está a ser marcado por uma agitação constante na área da mediação imobiliária, alguns profissionais começaram a acumular ansiedade sobre o futuro, outros começaram já a poupar recursos e dinheiro, pois temem instabilidade, mas há ainda outros tantos que se mantêm descontraídos e pensam que não se vai passar nada.
Falo todos os dias sobre este assunto e oiço as mais diversas opiniões, a maior parte delas fundamentadas em projeções, outras, no passado. O que é facto é que as mudanças são uma inevitabilidade, o que não sabemos ainda é o que é que afinal vai mudar, ou está já em mudança na mediação imobiliária?
Num dos meus encontros com profissionais do setor, falámos sobre este assunto e trocámos impressões, não só nossas, mas principalmente dos grandes players mundiais do nosso setor, que com base em case studies mais conhecidos como a UBER, Tesla, Airbnb ou Amazon, começam a olhar de outra forma para realidades já presentes no mercado da mediação imobiliária como a Compass, Redifin, Purplebricks ou Opendoors, apenas para referir algumas. Será que são estas as empresas que serão o futuro da mediação imobiliária? E se forem, para quando?
As conclusões geradas foram 4 grandes hipóteses evolutivas em que muitas pessoas acreditam:
TECONOLOGIA TOTAL
Há pessoas que acreditam perfeitamente na desintermediação imobiliária e na substituição do Agente Imobiliário pela tecnologia, possivelmente uma substituição apoiada por uma APP munida de inteligência artificial, capaz de reproduzir linguagem emocional e que sozinha conseguirá juntar vendedores com comparadores.
APENAS PRECISAMOS DE QUEM MOSTRE
Outras pessoas acreditam que a tecnologia fará grande parte do trabalho, sendo a única intervenção humana reservada para a visita ao imóvel. O Agente Imobiliário irá apenas abrir a porta e perguntar se pretende fazer uma proposta de compra ao imóvel, isto porque se considera que o processo de propostas e fecho será todo feito através de uma App. Aqui o Agente não irá desaparecer totalmente, mas a sua remuneração baixará drasticamente, possivelmente para valores entre os 0,5% a 1%.
TUDO VAI FICAR COMO ANTES
Esta classe de crentes, que possivelmente não quer ver o que está a acontecer porque estão agarradas ao passado e à sua área de conforto, acham que tudo se vai manter na mesma, até porque as pessoas só fazem negócio com pessoas e não precisam da tecnologia para nada. Pois, a verdade de uns pode não ser a verdade de outros…
O PROFISSIONAL HUMANO E TECNOLÓGICO
Outras tantas pessoas acreditam na junção entre máquinas e IA ou Inteligência Artificial e profissionais, ou seja, na incorporação da tecnologia a sistemas e modelos de trabalho e negócio onde existe um ser humano tem uma posição muito importante concentrada na parte humana do processo, como por exemplo o aconselhamento baseado na parte sensorial, emocional e criativa em que a tecnologia terá um papel fundamental para ajudar este profissional a tornar todo o processo mais personalizado, mais célere, mais transparente e por isso mais vantajoso para todas as partes.
Eu acredito que a mediação vai mudar como sempre mudou ao longo dos tempos, acredito que todas estas hipóteses podem existir, mas a escolha final da que mais predominará será sempre das pessoas.
E você? Em qual acredita?
FONTE: VISÃO