A venda de casas em planta era um dado adquirido antes da crise imobiliária, mas caiu em desuso nos últimos anos com a saída de cena dos clientes nacionais.
Desde 2016, porém, e principalmente nas cidades de Lisboa e do Porto, onde a procura é mais incisiva, a tendência voltou paulatinamente a sentir-se, como confirmam ao Expresso alguns dos operadores do mercado.
Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) defende que a venda em planta de habitação é um fenómeno que está ainda muito circunscrito aos centros das cidades de Lisboa, Porto e nalguns pontos do Algarve, zonas onde a oferta de imóveis é menor que a procura.
“Durante a crise deixou de se vender, o prédio fazia-se, estava à venda e ninguém comprava. Agora há quem veja um projeto a nascer e queira assegurar a compra, tanto para a construção nova como reabilitação”, frisa. Acredita que a procura vai manter-se, mas que também se vai assistir a mais construção nova nos próximos tempos. (…)
Nos vários projetos da Avenue, empresa promotora do fundo americano Perella Weinberg Partners, esta é uma realidade que se tem vindo a consolidar no último ano e meio. Com localizações centrais em Lisboa e no Porto, como a Avenida da Liberdade, Chiado ou os Aliados, na Invicta, os empreendimentos têm atraído clientes nacionais e estrangeiros.
“Há um interesse partilhado entre o promotor e o cliente quando a compra é feita ainda em planta. Na ótica do comprador assegura o acesso a uma oferta mais alargada que não se restringe só ao stock existente. E numa lógica de valorização do mercado, acaba por compensar para o comprador que espera revender”, explica Aniceto Viegas, CEO da Avenue, lembrando que do lado do promotor “existe desde logo a vantagem de saber com o que pode contar mesmo que ganhe menos no final do projeto quando o mercado está em crescimento”.
Fonte: Expresso