“O panorama atual no investimento imobiliário não é dramático”, sendo que os investidores não estão a tomar “decisões porque estão a avaliar o impacto nos seus portfolios”, encontrando-se “o investimento em novos projetos em ‘stand-by’”. A garantia é dada por Pedro Valente, do departamento de Capital Markets da Worx, que considera, no entanto, que “continua a existir um grande interesse pelo mercado nacional bem como uma enorme liquidez”.
O responsável diz acreditar que a atividade de investimento vai retomar quando a pandemia do novo coronavírus acalmar e que, no caso do investimento em imobiliário comercial, “os investidores já proprietários estão a perceber a influência do Covid-19 nas carteiras de ativos que têm em mãos, focados sobretudo na gestão das solicitações de carência ou redução de rendas dos atuais inquilinos”.
“As áreas mais atingidas são claramente o retalho não alimentar e a hotelaria, o que significa que os investidores mais expostos a este tipo de ocupação terão mais dificuldades. Em simultâneo, existem setores específicos que inevitavelmente acabam por beneficiar com a situação, tais como o retalho alimentar e a área logística, associada ao comércio online”, refere Pedro Valente, em comunicado.
Relativamente ao investimento no segmento residencial, o especialista considera que é expetável que a área sofra mais que o imobiliário comercial, devido à quebra de confiança dos consumidores. Mas deixa um alerta: “O cenário atual pode vir a revelar-se uma oportunidade para investidores oportunistas que tendo uma enorme liquidez se focam nas situações em que os atuais proprietários não conseguem cumprir as suas obrigações e são forçados a vender. Todavia, esta possibilidade ainda nos parece longínqua, tendo em conta o apoio que os bancos estão a conceder aos investidores financiados”.
Segundo Pedro Valente, uma coisa é certa, “os investidores continuam a querer investir em Portugal”. “A principal dificuldade atual é a tomada de decisões, que será adiada até que exista melhor visibilidade sobre o que se vai passar. A nossa expetativa é a de rápido regresso aos negócios”, conclui.
FONTE: Idealista