Em oito anos, o gasto anual das famílias portuguesas com juros do crédito à habitação caiu 82%. No total, são 4,9 mil milhões a menos, devido ao favorável contexto para quem tem dívidas originado pelas chamadas taxas de juro zero – que em muitas situações registaram mesmo valores negativos, como a Euribor, que é o indexante que serve de referência para os créditos bancários em Portugal. No mercado não se acredita em taxas Euribor positivas antes do final de 2019.
Em 2008, o ano em que o pagamento de juros teve o seu máximo, os portugueses pagaram 5.936 milhões de euros. No ano passado, pelas contas do Expresso, admitindo um mês de dezembro (com dados ainda não divulgados) idêntico ao de novembro, o valor terá sido de apenas €1054 milhões.
Os cálculos do jornal foram feitos com base no stock de crédito à habitação divulgadas pelo Banco de Portugal e nas taxas de juro implícitas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística.
Tendo em conta as perspetivas que existem no mercado para evolução das taxas de Euribor — com base nos contratos de futuros para a taxa a 3 meses —, o semanário escreve que será possível que 2017 ainda possa ter um total de juros pagos ligeiramente inferior. Isto admitindo que o volume de empréstimos para compra de casas se mantém inalterado ao nível de novembro do ano passado.
O ano de viragem deverá ser 2018 quando, até ver, já não existirá o programa de compra de dívida do Banco Central Europeu e para quando se espera uma aceleração da subida das taxas Euribor. Mas no mercado não se acredita em taxas Euribor positivas antes do final de 2019.
Fonte: Idealista